domingo, 16 de fevereiro de 2014

Atendimento Publicitário


EXECUTIVOS DE CONTA DA GERAÇÃO Z

Por Admir Borges*
Outro dia me perguntaram sobre o que acho a respeito do futuro do trabalho de atendimento publicitário e, mais especificamente, essa atividade desempenhada por profissionais da Geração Z. Confesso que essa questão foi motivo para uma reflexão insólita. Evidentemente, não cheguei a um texto conclusivo, mas consegui dar o passo inicial para pensar e escrever mais a respeito. Em primeiro momento, penso que o mercado publicitário, em processo de efervescência plena, precisa começar a se preparar para receber a nova geração que irá comandá-lo nos próximos anos. A chamada Geração Z, nascida a partir de meados dos anos de 1990, é ainda uma incógnita para os gestores que se quer conseguiram entender a geração imediatamente anterior: os Y’s. Os contornos do cenário atual são preocupantes no que tange às incongruências entre uma oferta escassa de jovens vocacionados para o atendimento e consultoria e os desafios dos diretores das agências na contratação e manutenção de bons profissionais. Desafio que ganha ainda outras dimensões quando deparamos com o perfil dos novos publicitários, como a tarefa de saber a forma de liderar essa geração e conduzi-la corretamente em suas expectativas e anseios profissionais. Porem, eles já apresentam alguns diferenciais: intimidade tecnológica, autoconfiança, agilidade, objetividade, criticidade, questionamento, ambição, preocupação com qualidade de vida, capacidade para multitarefa e aprendizagem intuitiva. O senso de imediatismo é uma das características mais marcantes nessa Geração Z. Eles não pensam em permanecer em uma determinada empresa por muito tempo e querem resultados instantâneos em suas carreiras.É possível supor que os Z’s empreenderão um novo ritmo no mercado, pois, diferentemente das gerações anteriores, eles buscam referências completamente inovadoras e aspirações que condizem com uma nova dinâmica empresarial, em que o processo hierárquico cede lugar à horizontalização das relações, ao empreendedorismo, ao ambiente colaborativo, ao engajamento e a ausência de controles rígidos. Uma contribuição forte dos Z’s para o trabalho publicitário será a intensificação do processo colaborativo, o compartilhamento aberto e a solução de problemas a partir do senso comum, valorizando as ideias resultantes do coletivo como determinante essencial para as respostas inovadoras. O horário de trabalho fixo tenderá a desaparecer, substituído por um foco na obtenção de resultados, independentemente de como o tempo é gerido. No entanto, mesmo antes da realidade do trabalho dentro de uma agência, muitos desses futuros profissionais se deparam com os desafios da sala de aula, onde as metodologias tradicionais não estimulam o aprendizado e a preparação para o início de carreira. É preocupante esse hiato entre a expectativa e a realidade da formação. Certamente, e com propriedade, os Z’s vão remover barreiras, e os limites serão debelados. Algumas agências já estão mais bem preparadas para oferecer um contexto adequado, em que se dá responsabilidade junto a projetos e desafios, liberdade de criação, horários flexíveis, redução de fronteiras entre trabalho e entretenimento, gestão participativa e colaborativa, engajamento e motivação. Para maior realismo, eles, os Z’s,  serão os protagonistas nessa construção. Assim, com seu senso de imediatismo, serão capazes de encontrar maneiras de explorar o momento, ao invés de adiar o futuro, como as gerações anteriores costumavam fazer. Long-term planning clearly has benefits, but in today's rapidly changing world, the ability to act quickly on information and to capitalise on opportunities can have value. Esta é uma geração que vai remodelar a forma de como as agências trabalham. 

*Admir Borges é autor do livro “Executivo de Contas Publicitárias: de contato a consultor de comunicação” https://agbook.com.br/book/144210--Executivo_de_Contas_Publicitarias